Dia Mundial da Ajuda Humanitária
O Dia Mundial da Ajuda Humanitária, celebrado a 19 de agosto, é uma data dedicada a homenagear todos os trabalhadores humanitários que, de forma abnegada, arriscam a sua vida para ajudar pessoas em situações de fragilidade ou crise em qualquer parte do mundo.
Instituído em 2009 pela Organização das Nações Unidas, este dia marca o aniversário do trágico ataque à sede das Nações Unidas no Iraque, em 2003, episódio em que morreram 22 pessoas, incluindo Sérgio Vieira de Mello, na altura, o Alto-Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
Sérgio Vieira de Mello foi uma figura chave para a aprovação da proposta de celebração deste dia face ao consenso existente após o seu desaparecimento da necessidade de um reconhecimento global da importância das pessoas envolvidas nas ações de ajuda humanitária e da necessidade da sua salvaguarda.
Esta data presta homenagem não só aos que morreram, mas serve também de lembrete quanto à imprescindibilidade da alocação de meios para salvar vidas e aliviar o sofrimento de pessoas inocentes, localizadas em zonas de conflito.
A celebração deste dia visa sensibilizar o público em geral para as condições adversas enfrentadas por milhões de pessoas em todo o mundo e reforçar o apoio e a solidariedade internacional para com as vítimas de crises humanitárias.
Em termos de desafios, os trabalhadores humanitários enfrentam cada vez mais dificuldades de acesso a zonas carenciadas devido a combates, bloqueios e restrições impostas por estados ou grupos beligerantes, dispondo-se a colocar muitas vezes em risco a própria vida para cumprir a sua missão de ajuda.
Em 2023, 595 trabalhadores humanitários foram vítimas de graves incidentes de segurança ( 280 mortos, 224 feridos e 91 pessoas sequestradas) segundo dados oficiais. Fonte: https://www.aidworkersecurity.org/incidents/report). Este ano, tudo indica, o saldo será ainda mais penoso.
Acresce que, face à crescente multiplicidade de conflitos, é cada vez mais recorrente a fadiga dos doadores (designadamente na ONU), o que resulta na inerente falta de recursos humanos e financeiros.
Apesar da atual situação de conflitualidade global e da falta de consenso político, os fenómenos ligados às alterações climáticas não permitem o desinvestimento em ajuda humanitária, pelo que é fundamental conciliar agendas e interesses antagónicos por forma a proteger os mais vulneráveis e obter respostas mais eficazes ao nível da proteção dos trabalhadores humanitários.
Artigo produzido por Leonor Camilo, da Direção de Serviços de Relações Internacionais e Comunicação da SGPCM.
Última atualização: 20 de agosto, 2024