Palácio Foz

Junto à Baixa de Lisboa, na Praça dos Restauradores, situa-se o Palácio Foz. Imóvel de Interesse Público integrado na Zona Especial de Proteção da Avenida da Liberdade, foi inicialmente conhecido como Palácio Castelo Melhor, tendo recebido a atual designação após a compra do edifício pelo 1.º Marquês da Foz em 1889. Idealizado ainda no século XVIII e construído durante o século XIX, registou ao longo da sua história várias e diversas ocupações. De residência aristocrática dos marqueses de Castelo Melhor e da Foz a palco de teatros de revista e de variedades, até à inauguração do restaurante “A Abadia” e da “Pastelaria Foz”, tendo ainda sido sede do Sporting Clube de Portugal e de instituições públicas como o Secretariado da Propaganda Nacional, durante o período do Estado Novo, ou o Instituto da Comunicação Social, já depois do 25 de abril.

O Palácio Foz é um dos ex-líbris daquela zona carismática de Lisboa. Atualmente, a Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros é a entidade responsável pela administração do espaço, estando o mesmo ocupado por várias instituições públicas e privadas, desde o Museu do Desporto à Comissão da Carteira Profissional de Jornalista, passando pela Cinemateca Júnior até à Associação de Turismo de Lisboa.

Edifício histórico de Lisboa, por ele passaram boémios e marqueses, propagandistas e jornalistas, entre outros que frequentavam os seus salões, vivenciando o pulsar da cidade ao longo dos últimos séculos. Um edifício do passado que fará parte do futuro.

Durante o Estado Novo esteve instalado no Palácio Foz o Secretariado Nacional de Informação, Cultura Popular e Turismo. Este organismo público tinha como principal função a elaboração da propaganda política do regime. Um dos seus principais dirigentes foi António Ferro, um dos grandes dinamizadores da política cultural salazarista.

Entre 1933 e 1941 o Sporting Clube de Portugal teve a sua sede social instalada no Palácio Foz, facto que granjeava bastante prestígio ao clube.

Durante grande parte do século XIX o Palácio Foz era conhecido como Palácio dos Condes de Castelo Melhor, uma vez que os seus proprietários iniciais pertenciam à família aristocrática de Castelo Melhor. Só após a venda do palácio, em 1889, pela 6.ª Marquesa de Castelo Melhor a Tristão Guedes de Queirós Correia Castelo Branco, 1.º Marquês da Foz, é que o edifício adquire a atual designação.

Em 1917 são inaugurados nos espaços do Palácio Foz o restaurante A Abadia (no piso subterrâneo) e a Pastelaria Foz (no piso térreo). Destaca-se a decoração da Abadia, repleta de simbolismo maçónico. Terão estado abertos ao público até meados dos anos 30.

O Palácio Foz foi contemporâneo e vizinho do célebre Passeio Público, espaço verde idealizado pelo Marquês de Pombal e desenhado pelo arquiteto Reinaldo Manuel e que durante décadas serviu de local de convívio para a sociedade lisboeta, que dele se despediu com grande mágoa em 1879 para dar lugar à abertura da Avenida da Liberdade.